eleições 2018

Saiba como identificar notícias falsas na internet sobre as eleições

Eduardo Tesch

Foto: Caio Rocha (Reprodução)

Com a campanha eleitoral a pleno vapor, o terreno está cada vez mais fértil para as fake news, as chamadas notícias falsas. Elas circulam quase que instantaneamente em redes sociais e a polarização partidária só fomenta ainda mais esse mercado em franca expansão.

Faltando pouco mais de um mês para o primeiro turno das eleições, que ocorre no dia 7 de outubro, Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de vários Estados e o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já condenaram usuários responsáveis por disseminarem fake news na internet. A punição, na maioria das vezes, é a aplicação de uma multa e a retirada dos sites do ar.

Para tentar frear as fake news, empresas de comunicação e órgãos públicos abrem espaços para que cidadãos possam denunciar a disseminação de material inverídico. O site do TRE gaúcho, por exemplo, lançou, neste mês, uma ouvidoria para denúncias.

DICAS PARA NÃO SE ENGANAR

  • Desconfie das manchetes - Notícias falsas frequentemente têm títulos apelativos, em letras maiúsculas e com pontos de exclamação 
  • Conferir a URL - Muitos sites de notícias falsas imitam veículos de imprensa autênticos, com mudanças na URL (endereço). Uma forma de checar a autenticidade é comparar a URL de veículos estabelecidos
  • Investigar a fonte - É preciso checar se a fonte é idônea. Se a notícia partir de uma organização desconhecida, verifique a seção "Sobre" do site para saber mais sobre ela
  • De olho nas fotos - Com frequência, notícias falsas contêm imagens ou vídeos manipulados. Muitas vezes, a foto pode ser autêntica, mas ter sido retirada do contexto
  • De olho nas datas - Notícias falsas podem conter datas que não fazem sentido
  • De olho nas evidências - Verificar as fontes do autor para confirmar se são confiáveis 

ONDE CHECAR OS FATOS 

  • Lupa - Serviço especializado em checagem da Folha de S. Paulo 
  • Aos Fatos - Agência de notícias com serviço especializado em checagem de informação política
  • Pública - Agência de notícias que faz checagem de informações políticas

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ESPECIALISTA DIZ QUE NOTÍCIAS NÃO SÃO TOTALMENTE FALSAS
Doutor em Filosofia e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, que esteve em Santa Maria na semana passada para palestrar na Sedufsm, é um dos maiores especialistas no assunto atualmente. Em entrevista ao Diário (leia a íntegra aqui), ele ressalta que a maioria das páginas considerada disseminadoras de fake news não publicam notícias totalmente falsas. Mas, sim, dão um olhar sensacionalista e partidário sobre uma matéria já publicada em veículo de comunicação.

- O que acontece, na verdade, são sites hiperpartidários que estão fazendo uma espécie de leitura da realidade, pegando as notícias do dia a dia que foram apuradas por jornalistas e colocando sobre uma determinada perspectiva política, fazendo manchetes sensacionalistas, exagerando fatos e omitindo eventualmente alguma coisa - esclarece Pablo, que é colunista da Folha de S.Paulo.

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Apesar dos mecanismos, Pablo, que é coordenador do grupo de pesquisa em políticas públicas para o acesso à informação da USP, pondera que, embora o crescente número de checagens, a produção de fake news ocorre em um ritmo muito maior.

- Nós medimos o volume disto e todos os dias circulam entre 3 a 5 mil notícias sobre política nacional. Ou seja, é inverificável. Se você somar, pode somar todas as agências e projetos de checagem, não dá 50 verificações por semana. É uma diferença enorme, você não consegue fazer nada - ressalta o professor.

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